Nessa sexta-feira (22), Rússia e Ucrânia assinaram um acordo para reabrir as exportações dos grãos ucranianos pelo Mar Negro. O tratado pode aliviar a crise alimentar internacional, agravada pelo bloqueio marítimo pela frota russa, interrompendo a cadeia de suprimentos global, com as sanções internacionais impostas a Moscou, com que contribuiu com a alta da inflação nos preços dos alimentos e energia.
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Os dois países estão entre os maiores exportadores de alimentos do mundo e travam uma guerra que perdura desde fevereiro desse ano.
Foram enviados para a Turquia e recepcionados pelo presidente Tayyip Erdogan, ministros dos governos da Rússia e da Ucrânia que assinaram o acordo separadamente, evitando sentarem à mesma mesa e apertarem as mãos no evento na capital do país, Istambul.
Na cerimônia de assinatura do tratado, o Secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antônio Gutierrez, pediu à Rússia e a Ucrânia que cumpram o combinado, afirmando que esse acordo traz esperança ao mundo. “Hoje, há um farol no Mar Negro. Um farol de esperança, de possibilidade e alívio em um mundo que precisa mais do que nunca”.
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Gutierrez disse que o tratado abre caminho para as exportações comerciais de alimentos de três importantes portos ucranianos – Odessa, Chernomorsk e Yuzhny, e a ONU irá monitorar a implementação do acordo na região.
Apesar do acordo, os combates continuam intensos no Leste da Ucrânia. Segundo Moscou a responsabilidade pela crise mundial alimentar é culpa das sanções impostas pelo ocidente que prejudicaram as exportações de alimentos e fertilizantes, e a Ucrânia por minerar perto de seus portos no Mar Negro.
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Representantes da ONU informaram nessa sexta-feira (22), que o acordo deve está totalmente operacional em algumas semanas. O tratado define a passagem segura dos navios, embora no texto do tratado não esteja descrita a frase “cessar fogo”.
Monitorados por um Centro de Coordenação Conjunta com sede em Istambul, os navios vão transitar pelo Mar Negro até o estreito de Bósforo na Turquia e seguirão para os mercados mundiais, disse a ONU. O acordo será válido por 120 dias, podendo ser renovado.
O objetivo do tratado é ajudar a prevenir a fome entre dezenas de milhões de pessoas em países mais pobres, injetando mais trigo, óleo de girassol, fertilizantes e outros produtos nos mercados mundiais, inclusive a preços mais baixos.