O número de mortos após o terremoto ocorrido no sul da Turquia e noroeste da Síria, já passa de 11.200, segundo o balanço divulgado pelas agências de comunicação dois países nesta quarta-feira (8). Na Turquia, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou o aumento do número de vítimas para 8.574. O presidente fez a declaração quando esteve na cidade de Kahramanmaras, epicentro do terremoto, para averiguar de perto a situação.
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Segundo o presidente turco, 50.000 pessoas ficaram feridas. E na Síria, 2.662 corpos foram retirados dos escombros. As equipes de emergência e as autoridades sírias citaram 5.000 feridos. A quantidade de vítimas vem aumentando rápido nas últimas horas, conforme o trabalho das equipes de resgate na retirada de pessoas soterradas e buscas por desaparecidos.
A Organização Mundial da Saúde, chegou a estimar nessa terça-feira (7) que a tragédia vai impactar 23 milhões de pessoas nos dois países, incluindo 1,4 milhão de crianças sob riscos. Um problema enfrentado pelas famílias no sul da Turquia e na Síria é o frio congelante, que já está na segunda noite seguida nesta quarta-feira (8).
Outro problema é o cansaço das equipes de resgate que estão sobrecarregadas diante de tantas ocorrências, e após dois dias do terremoto de magnitude 7,8, na Turquia, dezenas de corpos, alguns cobertos com cobertores e lençóis e outros em sacos mortuários, foram enfileirados no chão do lado de fora de um hospital na província de Hatay.
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Sobreviventes da região do desastre estão sem-abrigo e muitos estão dormindo em seus carros ou nas ruas sob cobertores, com medo de voltarem aos prédios abalados pelo tremor. O terremoto foi considerado o mais mortal desde 1999 na Turquia. O Presidente Erdogan chegou a afirmar que o tremo era o pior em 84 anos, comparando com outro ocorrido em 1939.
Países como França, Alemanha e Estados Unidos estão prometendo ajuda as vítimas sírias, mas sem enviar auxílio imediato. Conforme a secretária de Estado francesa para a Europa perante a Câmara baixa francesa, Laurence Boone, avaliou que para ajudar a população síria “no contexto político de um regime que desencadeou uma guerra civil que dura dez anos” é complicado, disse Laurence.
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O diretor do programa para a Síria da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), Marc Schakal, avaliou que “A Síria continua sendo uma zona obscura do ponto de vista legal e diplomático”, pedindo que a ajuda seja enviada “o mais rápido possível”. Schakal teme que ONGs locais e internacionais fiquem sobrecarregadas em um país devastado por quase 12 anos de guerra civil na qual se enfrentam diversos lados – forças governamentais, rebeldes, jihadistas e curdos, entre outros – e tropas de vários países estrangeiros estão mobilizadas, finalizou.