Os jogadores da seleção iraniana que enfrentaram a seleção da Inglaterra nessa segunda-feira (21) no estádio Internacional Khalifa, na copa do mundo do Catar de 2022, ficaram em silêncio enquanto o hino do Irã era tocado no estádio. Os jogadores optaram em não cantarem o hino de seu país como uma demonstração de apoio as manifestações que ocorrem a mais de dois meses em seu país estimulados pela morte de uma jovem sob custódia da polícia moral.

Imagem: YouTube/Cazé TV Copa 2022
Os protestos são considerados um dos desafios mais ousados contra os líderes religiosos do Irã, que estão no poder desde a Revolução Islâmica de 1979. A televisão estatal iraniana censurou as imagens do time durante a execução do hino. A equipe teve em casa uma considerável baixa em seus torcedores, com muitas pessoas acusando-os de se aliarem a uma violenta repressão do estado aos manifestantes que incluem mulheres e crianças. Os protestos buscam a queda da República Islâmica que dura 43 anos.
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Historicamente a seleção de futebol do Irã é considerada um orgulho nacional, porém na preparação para a copa, os jogadores já esboçavam solidariedade aos manifestantes. Esse apoio se concretizou na véspera da partida de estreia dos iranianos, o capitão da equipe Ehsan Hajsafi, que joga na Grécia, foi o primeiro da delegação esportiva a se manifestar favoravelmente aos manifestantes. “Estamos com eles. E os apoiamos. E nós simpatizamos com eles”, disse Ehsan.
O Irã foi o primeiro país das Eliminatórias Asiáticas a se classificar para o mundial desse ano, porém sua participação na competição esteve ameaçada, devido a uma petição à FIFA no final de outubro de 2022, movida pela Associação Ucraniana de Futebol (UAF) para que o país fosse excluído da competição. A associação ucraniana acusa um suposto envolvimento do Irã na invasão da Ucrânia pela Rússia e também pelo histórico de violações de direitos humanos. Em seu jogo de estreia nessa segunda-feira (21) em sua sexta participação em mundiais, o Irã foi derrotado por 6 a 2 pela seleção da Inglaterra.