ESPORTE

Caso Daniel Alves: contradições no depoimento, tatuagem, prisão e perda de apoio familiar

Diante das contradições e alegando que o jogador poderia deixar a Espanha, a juíza decretou sua prisão preventiva.


A situação do jogador de futebol Daniel Alves está cada vez mais complicada diante da justiça espanhola. Isso porque uma tatuagem em seu corpo foi decisiva para que sua prisão preventiva fosse decretada diante da acusação de agressão sexual em Barcelona, Espanha. Segundo o jornal El Mundo, a vítima descreveu que o jogador tinha uma tatuagem de meia-lua entre o abdome e as partes íntimas, que só poderia ser vista caso ele estivesse sem roupa.

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Em seu depoimento prestado na última sexta-feira (20), diante da juíza Maria Concepción Canton Martín, Daniel Alves teria várias vezes entrado em contradição, sendo que em um primeiro momento, ele afirmou estar sentado no vaso sanitário quando a mulher de 23 anos entrou no banheiro e se atirou sobre ele.

No momento do depoimento, a juíza perguntou sobre a tatuagem, em seu corpo e como era possível a vítima tê-la visto se ele estava vestido. Nesse momento o jogador retificou o que havia dito, afirmando que se levantou assim que a vítima entrou no banheiro e, por isso, ela viu a tatuagem.

Em outra versão, o atleta admitiu que teve relações sexuais com a denunciante, porém de maneira “consensual”. Diante das contradições e alegando que o jogador poderia deixar a Espanha, a juíza decretou sua prisão preventiva.

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Por motivo de segurança do atleta, a justiça espanhola decidiu transferir Daniel nessa segunda-feira (23) para uma outra unidade prisional, sendo que ele é uma figura pública da Catalunha. O tipo de crime pelo qual Daniel é acusado não influenciou na decisão da transferência.

A defesa de Daniel tem até quarta-feira para fazer um pedido de habeas corpus para liberar o atleta da prisão, além de ações para que o jogador possa prestar um novo depoimento, e rever algo mais ameno para o atleta de 39 anos, como a proibição de deixar o país, o recolhimento dos passaportes ou o estabelecimento de uma fiança. A defesa também estuda a possibilidade de levar o caso às instâncias superiores.

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Em outro momento do depoimento do jogador, Daniel Alves foi questionamento sobre o valor mensal que recebida em seu clube, o, Pumas do México. O lateral-direito respondeu ganhar 30 mil euros (R$ 170 mil, aproximadamente), porém foi confrontado pela juíza, que, de posse do seu contrato, apontou que seu salário era de 300 mil euros (R$ 1,7 milhão).

E para complicar mais a situação do jogador, a mulher de Daniel, a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, foi às suas redes sociais para desmentir o jornal “El Confidencial”, que havia indicado que uma de suas publicações havia sido em apoio ao jogador.

Por meio de seu Instagram, Joana fez um “story” com a frase “Coração, aguente tanta dor, por favor”. Ao repetir a publicação, o jornal indicou que seria uma mensagem para Daniel Alves, porém a modelo fez uma nova postagem nesta terça-feira (24), onde desmente a história.

Entenda o caso

Daniel Alves foi preso na cidade de Barcelona, na Espanha, devido a uma acusação de agressão sexual, onde teria ocorrido na casa noturna Sutton, na capital da Catalunha. A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves na última sexta-feira (20), devido às contradições de seus depoimentos e da possibilidade de o jogador fugir do país, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha, com recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, a Espanha não tem acordo de extradição com o Brasil.

Daniel Alves defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar de 2022, a vítima alega que o atleta a teria trancado, lhe agredido e posteriormente estuprado em um banheiro da sala VIP da boate, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.

A equipe de segurança da Boate acionou a polícia catalã (Mossos dEsquadra), que colheu depoimento da vítima. Ela também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.