Em reunião da cúpula do Mercosul, nessa quarta-feira (20) em Assunção no Paraguai, o ministro das relações exteriores do Brasil, Carlos França, disse que o Brasil está aberto para discutir possíveis flexibilizações nas regras do Mercado Comum do Sul (Mercosul). De acordo com França, essas medidas devem atender às “especificidades de países e preservar os elementos centrais do bloco”.
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As declarações do chanceler brasileiro aconteceram no encontro de ministros da economia, presidentes de bancos centrais de nações participantes do bloco.
As afirmações estão relacionadas à possiblidade dos países do Mercosul poderem realizar acordos bilaterais com outras nações. Atualmente, essa medida é proibida pelo grupo.
A iniciativa de França reflete no anúncio do presidente do Uruguai, Luiz Lacalle Pou, no dia 13 de julho, onde o chefe de estado declarou o início de negociações com a China para selar um Tratado de Livre Comércio (TLC) fora do Mercosul. O acordo se tornou uma das maiores discussões nas reuniões do bloco comercial.
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França declarou que o comércio internacional traz grandes benefícios para todos e que os integrantes do bloco devem caminhar em direção a uma maior integração com o mundo.
Entretanto, a Argentina já declarou contrária a iniciativa. De acordo com o presidente do país, Alberto Fernandez, é preciso que todos os integrantes do bloco estejam de acordo com a proposta.
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Segundo o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero, a negociação em bloco é a melhor estratégia, embora seja mais complexa e demande mais tempo.
O ministro das relações exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo, defendeu os acordos com nações fora do Mercosul. “Necessitamos de uma agenda externa ambiciosa que nos permita realizar acordos com atores importantes do comércio internacional, de maneira conjunta com os demais membros do Mercosul. Mas, caso não seja possível, de forma individual por cada país”.