Opinião
Mauricio Farias

ARTIGO

Brasileiros ou Amazônidas

A Amazônia como uma nação indígena livre ou um depósito de riquezas para outras nações.


Somos constantemente bombardeados com informações de que a Amazônia está em risco, e que se esse ecossistema sucumbir, o mundo inteiro perecerá! Mas eu não consigo entender o porquê de outros países, as chamadas grandes nações, juntamente com os grandes cientistas e pensadores, afirmam que essa região, (a maioria está no Brasil), que corresponde a 5.015.146,008 km², ou cerca de 58,93% do território brasileiro, tem que ser preservada!

Foto: Depositphotos

Estou procurando entender, que esses mesmos cientistas, políticos e empresários internacionais que detêm ou conhecem tecnologias que no final da década de 60 do século passado, puderam levar o “homem a lua”, isso quer dizer, há mais de 50 anos, não conseguiram descobrir tecnologias para que reproduzissem o que foi destruído em suas respectivas nações e encaminhar a humanidade a patamares jamais vistos pela imaginação do próprio homem.

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O que me pergunto é que a Br-319 tem 49 anos de sua inauguração, e desde então, não se têm ideias concretas para que a região amazônica brasileira possa prosperar. Conforme o último Censo Demográfico de 2022, a população da região Norte do Brasil é de 17.354.884 habitantes. Um dia, perguntei a um biólogo o porquê de tantos anos de luta para preservar a região, sem que nada seja tocado pelo homem, e, ao mesmo tempo, não é apresentada uma forma de progresso com a conexão entre homem e natureza.

Posso citar algumas soluções como: Turismo, indústria de bicosméticos, indústria farmacológica, indústria de semicondutores (atualmente Taiwan é o principal produtor) ou até exploração de minerais (Silvinita–fertilizante para agricultura) e GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) com tecnologias que o próprio Brasil possui para explorar sem degradar o Meio Ambiente.

Mas como pensar ou tentar fazer o progresso do nosso país (palavra “progresso” está escrito na bandeira nacional) acontecer com tantas restrições e bloqueios para o nosso desenvolvimento? O que me chama atenção é o fato de algumas riquezas identificadas em nosso solo estarem exatamente embaixo de reservas indígenas.

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Dados do IBGE afirmam que as terras indígenas do Brasil ocupam uma área de 991.498 km² de extensão, ou seja, 13,75% do país que não podem ser tocadas, até mesmo pelos próprios indígenas. Mas o que falar de terras indígenas que estão a cada dia mais independentes do território brasileiro, com recebimento de ajuda de custo de interesses internacionais como o Fundo Amazônia, pago por países que já não possuem ecossistemas ou biomas saudáveis, mas que têm dinheiro suficiente para recuperar o que foi destruído por eles mesmos. O que eu gostaria de saber é o porquê de não investir lá ao invés daqui?

O que vejo são terras indígenas que estão tendo a cada dia mais incentivo por autonomia e até já possuem embaixada, mesmo não sendo oficializada pelo Ministério dos Povos Originários, porém tem papel forte e reconhecimento no exterior. Também existe a União das Nações Indígenas (UNI), a qual é uma organização formada por diversas etnias indígenas do Brasil que luta por direitos, autonomia e demarcação de terras no Brasil.

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O que falar sobre o conceito de “nação”, cuja definição é uma comunidade ou sociedade estável, historicamente constituída por vontade própria de um agregado de indivíduos, com base num território, língua e com aspirações materiais e espirituais comuns.

Mas que para isso acontecer é preciso ter terras. E o receio é que esse movimento esteja a um passo para que essa mesma nação tenha intenções de ter autonomia, criando um novo país no Brasil. Não que eu seja contra a cultura e os costumes de outras etnias, pois o povo brasileiro é formado exatamente por essa diversidade que vai além da cor da pele. Mas o que torna esse país forte, mas que o próprio brasileiro não entendeu ou não conhece, é a falta de uma identidade nacional.

O que torna o Brasil forte é exatamente essa diversidade cultural, porém o que nos deixaria ainda mais fortes é a união! É a certeza de sermos uma nação! Um único povo que não deixaria ninguém nos derrotar, pois seriam vários pensamentos, mas com um objetivo em comum, o Brasil.

Voltando ao assunto, caso essas comunidades ou sociedades indígenas conseguissem a independência, os mesmos não teriam estrutura suficiente para tal ato. Porém, o que mais é pregado no exterior são grupos políticos e ONGs internacionais e até nacionais que incentivam a emancipação dessas comunidades.

E qual seria a solução para isso? Parcerias de empresas estrangeiras privadas que poderiam criar uma estrutura de país, porém, como não existe almoço grátis, é preciso pagar por esse serviço. E o que esse “suposto novo país” teria para pagar tal conta, seria o que está embaixo da terra. E caso não tenha condições políticas ou estruturais para manter a segurança dessas localidades, existe também a possibilidade de anexação dessas localidades.

Foto: Guilherme Cavalli

Basta um plebiscito (nada mais democrático) para o próprio povo escolher fazer parte de uma “outra nação mais rica”. Aliás, imagine uma pessoa que saiu da casa dos pais, pois os mesmos não tinham condições de manter seus caprichos, e de repente aparece alguém com melhor poder aquisitivo e lhe oferece ajuda para começar a vida! Isso seria muito legal e um grande gesto de bondade! Só que não!

Pois um dia “não tão distante”, o mesmo vai cobrar por tudo que gastou, e como não tem como pagar, terá que doar o que tiver de mais valor na sua vida. E mesmo tendo tal objeto, não será suficiente para pagar a conta, e por fim irá virar escravo dessa pessoa que irá lhe explorar até quando não precisar mais de você. Fim da linha.