Operação Imhotep

Romero Jucá é alvo de operação da PF contra fraudes milionárias em prefeituras de Roraima

Conforme a investigação realizada pela PF, três empresas de engenharia são suspeitas de pagar propinas em contratos que seriam distribuídas ao ex-senador Jucá e a servidores públicos que auxiliariam na prática dos crimes.


A Policia Federal cumpriu, nessa quarta-feira (23), 22 mandados de busca e apreensão, na Operação Imhotep, que investiga supostas fraudes em convênios de prefeituras de Roraima com o governo federal. Um dos investigados é o ex-senador Romero Jucá (MDB). Segundo a PF, um esquema de propina funcionava por meio de verbas do programa federal Calha Norte que deveriam ser destinadas às prefeituras. Os contratos investigados somam R$ 500 milhões.

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Agentes federais estiveram no prédio onde funciona uma produtora e também o escritório de Jucá, localizado na zona Norte de Boa Vista, assim como na casa do ex-senador, no bairro Paraviana. O mesmo se disse surpreso com a operação e disposto a colaborar com a justiça.

Os principais crimes investigados são fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Conforme a investigação realizada pela PF, três empresas de engenharia são suspeitas de pagar propinas em contratos que seriam distribuídas ao ex-senador Jucá e a servidores públicos que auxiliariam na prática dos crimes.

A PF identificou na investigação que as prefeituras recebiam verbas do programa (Calha Norte) e Romero Jucá indicava empresas para executarem os serviços. Conforme a polícia, essas empresas fechavam contratos com a prefeitura para fazer os trabalhos, e subcontratavam outras firmas de familiares ligadas ao ex-senador. Ao receber os valores, repassavam para o ex-senador Jucá em forma de propina. As investigações da PF e da Controladoria Geral da União (CGU) apontam que ao menos R$ 15 milhões foram movimentados nas negociatas. O valor que teria sido destinado ao ex-senador não foi informado.

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A polícia também encontrou indícios da existência de uma organização criminosa suspeita de fraudar a celebração de convênios com prefeituras em Roraima entre os anos de 2012 e 2017, em especial com o município de Boa Vista. O período investigado coincide com a gestão da ex-prefeita Teresa Surita, ex-esposa e braço direito de Jucá em Roraima, que governou a capital de 2013 a 2020. Além de Jucá, outras pessoas ligadas a ele são alvos da operação. Porém os nomes dos demais investigados não foram informados pela instituição policial.

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Em nota, o senador informou ter sido “surpreendido com uma operação sem fundamento”, mas “de qualquer maneira, estou colaborando com toda a investigação e prestando os devidos esclarecimentos.” Jucá também afirmou que o programa (Calha Norte) “é rigidamente acompanhado pelos órgãos fiscalizadores e pelo Exército Brasileiro, de modo que, em nenhum momento, houve denúncia de irregularidades nas obras realizadas”.