VAI A JULGAMENTO

PF indicia Bolsonaro e Mauro Cid por falsificação de dados do SUS

A acusação contra Bolsonaro de ter manipulado seu cartão de vacina da COVID-19 partiu após a realização da Operação Venire pela Polícia Federal, em maio deste ano


A Polícia Federal (PF) indiciou nesta terça-feira (19) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema de informação do Ministério da Saúde em novembro de 2021. O ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado pela PF.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Bolsonaro e CID são investigados no inquérito que apura a falsificação de comprovantes de vacinação contra a Covid-19 entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, de sua filha, Laura, de 12 anos, e de demais pessoas próximas, além do próprio ex-presidente. Os mesmos não teriam tomado a vacina contra a doença.

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Segundo o relatório da PF, os cartões de vacina adulterados teriam uma ligação direta na suposta “tentativa de golpe” liderada pelo ex-presidente. Conforme a PF, os cartões teriam a função de garantir a permissão de Bolsonaro e equipe de saírem do país enquanto esperavam o desenvolvimento da operação de “golpe de Estado”.

“[A inserção de dados falsos de vacinação] pode ter sido utilizada pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para a entrada e permanência no exterior”, disse a PF em um relatório.

Em resposta, o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, criticou a divulgação do indiciamento pela PF através da imprensa. “É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental, ao invés de midiático e parcial”.

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Caso seja condenado, Bolsonaro pode receber uma pena de 15 anos de prisão e multa, sendo código penal brasileiro.

Entenda o Caso

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A acusação contra Bolsonaro de ter manipulado seu cartão de vacina da COVID-19 partiu após a realização da Operação Venire pela Polícia Federal, em maio deste ano, onde foram averiguados pela instituição federal registros falsos no sistema Único de Saúde (SUS) dos cartões de vacina do ex-presidente e de pessoas próximas.

A operação da PF só foi possível após a quebra de sigilo telefônico de Mauro Cid, durante investigações no inquérito sobre as urnas eletrônicas.