A Direita Portuguesa obteve uma importante vitória nas eleições legislativas do país europeu, realizadas nesse domingo (10). A coligação Aliança Democrática (AD), formada pelas siglas (Partido Social Democrata – PSD; Centro Democrático Social – Partido Popular – PP; e Partido Popular Monárquico – PPM), venceu a esquerda portuguesa que já administrava o país há mais de 40 anos.
Com 99,01% das urnas apuradas até as 4h da manhã (horário de Brasília), os direitistas da Aliança Democrática já contam com 79 cadeiras na Assembleia da República, contra 77 cadeiras do Partido Socialista (PS). Contudo, o que configura a vitória da Direita em Portugal são as 48 cadeiras conquistadas pelo partido de Direita (CHEGA), liderado pelo deputado André Ventura.
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Entretanto, existe um impasse para que a Direita Portuguesa possa consolidar totalmente sua vitória no país. O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, reafirmou seu compromisso de campanha de não se coligar com o partido ‘Chega’, liderado pelo deputado André Ventura (considerado pela imprensa e cientistas políticos de Portugal, de extrema-direita). O partido de Ventura saltou de 12 para 48 cadeiras no parlamento nacional.
“Nunca faria a mim próprio, ao meu partido e à democracia portuguesa tamanha maldade que seria incumprir compromissos que assumi de forma tão clara”, disse Montenegro.
A coligação de Montenegro não alcançou a quantidade mínima de assentos para poder governar o país (116 cadeiras). E mesmo que haja uma união com a Iniciativa Liberal (IL) que elegeu 8 deputados, Montenegro terá de negociar com outras siglas para poder governar.
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Caso haja um acordo entre AD e CHEGA, a Direita Portuguesa poderá contar com cerca de 127 assentos. Contudo, em pronunciamento na madrugada desta segunda-feira (11), Montenegro diz esperar um convite do atual presidente Marcelo Rebelo de Sousa para que a ‘AD’ faça parte do governo.
“Face à vitória eleitoral, é minha expectativa fundada que o senhor presidente da República me possa indigitar para primeiro-ministro. Na expectativa de que tal vai acontecer, o meu compromisso é cumprir a mudança. Vai-se cumprir com um novo primeiro-ministro, com novo governo e com novas políticas”, declarou.
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Para os especialistas políticos de Portugal, o grande vencedor das eleições portuguesas foi o partido CHEGA, que triplicou seus deputados na casa legislativa. A sigla ainda pode ganhar mais cadeiras, devido aos votos de eleitores fora do país.
Partido ‘CHEGA’ mais forte
O partido CHEGA vem ganhando força política e se opondo aos partidos de esquerda que dominam a política portuguesa desde o fim da revolução dos Cravos em 1974, podendo se tornar uma forte oposição na região. Segundo André Ventura, líder do CHEGA, a sigla deverá fazer frente à esquerda no parlamento português. “Haverá neste Parlamento uma maioria clara. Essa maioria será entre o Chega e o PSD. Não é o que queremos, mas é o que o país tem neste momento”.
Sobre as declarações de Luís Montenegro de não se aliar com sua legenda, Ventura afirma que seria um erro deixar que a esquerda ainda governe o país. “Só um líder e um partido muito irresponsáveis deixarão o ‘PS’ (Partido Socialista) governar quando temos na nossa mão a possibilidade de fazer um governo de mudança”, disse Ventura.