Uma matéria postada no portal N1 me chamou atenção essa semana. Seis alunos da rede pública de ensino do Amazonas realizaram um trabalho científico onde o resultado foi a criação de um boné automatizado para auxiliar na locomoção de pessoas com deficiência visual. Essa invenção está equipada com sensores de espaço, que detectam objetos distantes até 60 centímetros do usuário.
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Porém, faço uma pergunta básica! Como está a nossa Política Nacional de Educação Digital? Esse projeto, aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado, tem por objetivo promover a inclusão, educação, capacitação, especialização e acesso dos brasileiros à tecnologia. Após sua provação, a nova lei seguiu para a sanção presidencial, ficando a cargo do novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto apresentado ao presidente Lula altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para colocar como dever do Estado a educação digital em todas as instituições públicas de ensinos básico e superior. E no dia 11 de janeiro desse ano, o presidente Lula sancionou a lei, porém com três vetos. E um dos vetos que chamou atenção da sociedade foi a inclusão de competências digitais, como aulas de programação e robótica na grade escolar.
A justificativa utilizada para o veto foi o conflito entre regras vigentes, uma vez que mudanças na grade precisariam do aval do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação. Entretanto, o que seria mais importante para que esses dois órgãos federais possam discutir, além de uma necessidade “emergencial” do país de possuir e consolidar sua própria tecnologia? Que justificativa maior, teriam a dizer sobre um dos maiores orçamentos da união (educação), onde o investimento em educação profissional e tecnológica estão estimadas para esse ano de 2023, cerca de R$ 2 bilhões de um orçamento de R$ 147 bilhões.
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Dados divulgados pelo Ministério da Educação, através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2021, mostraram pouca variação em razão da Covid-19, na comparação com o resultado de 2019. O índice de 2021 para os anos iniciais do ensino fundamental ficou em 5,8 em uma escala de 1 a 10. Em 2019, ele foi de 5,9. Nos anos finais do ensino fundamental o Ideb de 2021 foi de 5,1 frente a 4,9 da edição anterior. Já no ensino médio, o indicador em 2021 foi de 4,2, o mesmo que em 2019.
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Como se esperava, o Brasil não está tão bem classificado no quesito criação de tecnologia e inovação, segundo dados divulgados pelo Índice Global de Inovação (IGI) que abrange 132 países, o país ocupa o 54º lugar. Embora o Brasil tenha ganhado três posições no ranking em comparação ao ano de 2021, os investimentos na área caem a cada ano e deixado o país mais distante da sua melhor posição na história brasileira, quando ocupou a posição de 47º lugar em 2011.
Uma diretriz básica realizada por investidores do mundo dos negócios, é investir sabendo que vai dar lucro. Embora essa afirmação no mundo dos negócios tenha um composto essencial que é a informação correta sobre o produto ou negócio onde irão investir dinheiro, o que pensar em relação a investir em tecnologia e inovação na nossa educação? Investir na compra de novas tecnologias ou investir em novos cientistas e engenheiros brasileiros que consigam criarem essas tecnologias por anos.
E ainda produzir mais material humano que, a cada ano, deve trazer novas fórmulas ou ideias que possam revolucionar uma fábrica, cidade ou país. Esse pensamento reflete em vários países que agora estão no topo do ranking mundial de inovação, como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Em comparação aos países da América Latina, o Brasil perde para o Chile, que ocupa a 50ª posição no Ranking, que tinha uma das economias mais vibrantes e de condições de vida satisfatórias.
Um dos casos emblemáticos, e devem ser orgulho do nosso país, são as pesquisas de células de etanol para carros elétricos. Se temos que pensar em inovação, porque não investir em algo que possa ser benéfico para a natureza e para o bolso do brasileiro? Essa pesquisa pretende produzir uma opção para movimentar veículos elétricos, substituindo a eletricidade da rede pública e dispensando o sistema de recarga do tipo plug-in, por meio de tomadas, das baterias de lítio.
A célula a combustível a etanol está sendo projetada pela empresa “coreana” Nissan e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) as quais são uma autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Governo do Estado de São Paulo. Essa pesquisa aproveita o hidrogênio contido no etanol (C2H6O) para gerar energia. O processo, inicia-se quando um catalisador, composto por óxido de cério (CeO2) e metais preciosos, por exemplo, quebra as moléculas do etanol, separando o hidrogênio.
Vamos pensar que o nosso país precise se defender? Acho que defender ainda pode, né? Como vamos nos proteger ou nossas florestas, nossa agricultura, nosso povo de ataques de qualquer tipo de adversários? Se dependemos de tecnologias de outros países que vendem suas ideias, que em vários casos já estão sendo consideradas obsoletas no país de origem, acreditem, ainda temos “arcos, flechas, tacapes, bundas e muita ginga para driblarmos nossos adversários”, mas ultimamente nem nisso nós ganhamos.
Devemos entender que é preciso pensar que aliados não são amigos, e no mundo dos negócios ou no jogo de poker, quem tem as melhores sequências de cartas vence o jogo.
(Fonte orçamento educação 2023:https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-orcamento/orcamento/orcamentos-anuais/2023/ploa/Volume5.pdf)