DENÚNCIA

MS tem contrato milionário com empresa acusada de garimpo ilegal em reserva na Amazônia

Segundo a PF e o MP, a empresa Piquiatuba utilizava suas aeronaves para dar apoio a um garimpo dentro da Reserva Maicuru, localizada no Norte do Pará


O Jornal “Estadão” publicou uma matéria na madrugada desta segunda-feira (11), onde revelou uma ação do governo Lula (PT) por meio do Ministério da Saúde, no comando da ministra Nísia Trindade, do fechamento de um contrato no valor de R$ 14,4 milhões com a empresa de táxi aéreo “Piquiatuba”, que responde na justiça a um processo por garimpo de ouro ilegal em uma reserva biológica na floresta amazônica. O processo foi instaurado em 2021.

Foto: Allan Martins Antunes

Segundo a reportagem, dois contratos foram assinados em 2023 junto ao Ministério da Saúde com a empresa investigada, com sede em Santarém, interior do Pará. Segundo a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MPF), a empresa Piquiatuba utilizava suas aeronaves para dar apoio a um garimpo dentro da Reserva Biológica Maicuru, localizada no Norte do Estado paraense.

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A reserva de Maicuru fica próxima a uma área onde os índios vivem isolados da civilização. Conforme a reportagem do Estadão, o fundador do garimpo ilegal (Armando Amâncio da Silva) é pai dos sócios da empresa de táxi aéreo, Edson Barros da Silva e Patrick Paiva da Silva. A família construiu um forte patrimônio empresarial, seguindo com o negócio de extração ilegal de ouro.

O Estadão também informou que os contratos assinados entre o MS e Piquiatuba para a realização dos serviços aéreos foram consolidados em junho e agosto de 2023 pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEis) das localidades de Tapajós e de Kaiapó Redenção, atrelados ao MS, na gestão da atual ministra da pasta Nísia Trindade, socióloga e ex-presidente da fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).