Diante da polêmica declaração do senador Marcos Do Val (Podemos), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, disse nessa sexta-feira (3), que “Do Val” não quis realizar uma denúncia formal contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e o ex-deputado, Daniel Silveira (PDT) que foi novamente preso por decisão do STF. O senador, em uma Transmissão ao vivo pela internet, acusou Bolsonaro de coagi-lo a participar de um golpe de estado.
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Foto: Carlos Moura/SCO/STF/Flickr
Segundo o senador Marcos do Val, ele teria participado de uma reunião com Silveira e Bolsonaro, em Brasília, na qual o ex-deputado propôs um plano de golpe de Estado. “Indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador me disse que isso era uma questão de inteligência e que infelizmente não poderia confirmar,” disse Alexandre de Moraes, durante participação virtual em uma conferência do Lide em Lisboa.
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Moraes confirma que o encontro com o senador foi apenas informal, mas também ridicularizou a ideia proposta por Silveira relatada por Do Val. “Então eu levantei, me despedi do senador, agradeci a presença — até porque, o que não é oficial, para mim, não existe. A ideia genial que tiveram foi colocar uma escuta no senador para que o mesmo — que não tem nenhuma intimidade comigo, conversei três vezes na vida com ele — pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, solicitar a minha retirada da presidência do TSE… foi uma tentativa de operação Tabajara, que mostra exatamente o quão ridículo chegamos a uma tentativa de um golpe no Brasil”, completou.
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Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado
Atendendo uma solicitação da Polícia Federal, Moraes determinou nessa quinta-feira (2) uma oitiva de Marcos Do Val, sobre os fatos relatados pelo parlamentar. “As investigações por parte da PF seguirão para podermos analisar a responsabilidade de todos os que se envolveram na tentativa de golpe”, concluiu Moraes.
O ex-presidente Bolsonaro, declarou em fala com aliados que, na época, teria ficado em silêncio com receio do descontrole de Daniel Silveira. Bolsonaro teria classificado todo o evento como “coisa de maluco”.