Mandado de Prisão

Ministro Alexandre de Moraes determina prisão de ex-secretário de segurança do DF

Em sua decisão, Alexandre de Moraes justifica a prisão. “Em detalhado documento, aponta as diversas omissões, em tese dolosas, praticadas pelos responsáveis pela segurança pública no Distrito Federal e que contribuíram para a prática dos atos terroristas desse 8 de janeiro de 2023”, diz o trecho da decisão.


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nessa terça-feira (10) a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres. Torres também foi ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL). A polícia Federal foi acionada para cumprir o mandado de prisão e nessa terça (10) a instituição esteve na casa de Torres em Brasília para realizar uma operação de busca e apreensão. Torres está em viagem ao exterior.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em sua decisão, Alexandre de Moraes justifica a prisão. “Em detalhado documento, aponta as diversas omissões, em tese dolosas, praticadas pelos responsáveis pela segurança pública no Distrito Federal e que contribuíram para a prática dos atos terroristas desse 8 de janeiro de 2023”, diz o trecho da decisão.

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Após os ataques aos prédios do Congresso, Planalto e STF, Torres foi exonerado do cargo ainda no domingo (8). Os atos ocorridos em Brasília, também provocaram o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias, determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

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Porém, a situação do ex-secretário de segurança do DF ficou mais complicada com o pedido de prisão também no domingo, pela Advocacia-Geral da União (AGU) junto ao STF contra Anderson Torres. Além de outras solicitações, a AGU também requereu à Suprema Corte que determine às autoridades competentes a apuração e responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos atos ilícitos, incluindo agentes públicos, além da realização de perícia e outros atos necessários à coleta de provas.

Torres publicou na segunda-feira (9), pelo Twitter, um pronunciamento dizendo que foi “surpreendido pelas lamentáveis cenas” em Brasília durante seu período de férias.

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“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, relatou Anderson.

E até o ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro (PL), foi alvo do Ministério Público Federal (MPF) sendo que, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), o MP pediu o bloqueio de bens do ex-presidente, além do governador do DF, Ibaneis, e do ex-secretário Torres.

Também foi preso pela PF, por determinação do ministro do (STF), Alexandre de Moraes, o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira. Fábio era o responsável pela PM no dia do Ataque aos prédios dos Três Poderes. Devido à prisão do ex-comandante-geral da (PMDF), quem agora está no comandando da segurança no DF até, ao menos, o fim de janeiro, é o interventor federal Ricardo Cappelli.

Em entrevista nessa terça (9) à rede de TV CNN Brasil, o interventor Ricardo Cappelli acusou o ex-secretário Torres de “sabotar” a segurança da cidade de Brasília. Segundo Cappelli, Torres teria alterado todo o comando da secretaria do estado e viajado para fora do Brasil. “Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, disse Cappelli.

Nomeado por Lula, Ricardo Cappelli é o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Capelli é braço-direito do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB). Jornalista de formação, Ricardo também foi secretário de Estado no Maranhão na gestão de Dino.