O presidente Lula (PT) se reuniu nesta terça-feira (18), com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, durante a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), para discutir um acordo para as autoridades venezuelanas poderem aceitar a participação de organizações internacionais na fiscalização do processo eleitoral do país. Participaram também das negociações, os presidentes da França, Colômbia, Argentina, e também do negociador-chefe da Plataforma Unitária da oposição venezuelana, Geraldo Blyde.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em um comunicado, as autoridades participantes declararam o apelo para a Venezuela poder garantir eleições justas no país.
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“Eles fizeram um apelo em prol de uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e inclusivas, que permitam a participação de todos que desejem, conforme a lei e os tratados internacionais em vigor, com acompanhamento internacional. Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa”.
Durante uma entrevista a uma Rádio Gaúcha, no final do mês de junho desse ano, o presidente Lula criticou a interferência estrangeira na política da Venezuela, dizendo que “quem tem intenções de retirar o presidente Maduro do poder, é preciso derrotá-lo nas eleições gerais do país.”
Entretanto, o petista também declarou ser preciso fiscalizar a lisura do processo eleitoral venezuelano, mas o resultado deve ser respeitado caso a oposição do atual governo da Venezuela seja derrotado nas urnas.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
No encontro, realizado em Bruxelas, Bélgica, os líderes políticos defenderam a retomada das negociações congeladas entre o governo do presidente socialista Nicolás Maduro e seus adversários com vistas às eleições presidenciais previstas para 2024. O grupo afirma que a Venezuela deve ter eleições presidenciais livres em 2024, e que as ações devem ter o acompanhamento de missões de observadores internacionais para garantir o processo. Caso isso seja realizado, as sanções impostas ao país, devem ser retiradas.
Esta é a segunda tentativa de acordo, onde a primeira foi realizada em novembro do ano passado, durante o Fórum da Paz de Paris, porém, nesse evento não houve a participação de Lula, pois o petista ainda não havia assumido o cargo de presidente. Durante o evento da Celac e a União Europeia (UE), a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez pediu a suspensão das sanções econômicas lideradas pelos Estados Unidos contra a Venezuela, que ela classificou de “bloqueio criminoso”.