POLÍTICA

Lula diz que não teve golpe devido à covardia do ex-presidente Bolsonaro

Ao chamar Bolsonaro de "covardão", Lula também afirmou que o país correu um “sério risco” e por muito pouco “não voltou aos tempos tenebrosos” da ditadura militar


O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (18), no início da reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, que o que está sendo veiculado pela imprensa e autoridades públicas e jurídicas de uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil, não aconteceu devido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter sido um “covardão”, por não ter coragem de executar seu plano.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O petista declarou, durante a reunião, que o país correu um “sério risco” e por muito pouco “não voltou aos tempos tenebrosos” da ditadura militar.

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“Se, há 3 meses, quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe, não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão”, disse.

O presidente também citou que seu antecessor ficou choramingando dentro do Palácio do Planalto e depois fugiu para os Estados Unidos. O petista afirmou também que o grupo político de Bolsonaro financiou as pessoas para irem à frente dos quartéis protestar na expectativa de que tivesse uma ruptura democrática.

“Ele não teve coragem de executar aquilo que planejou. Ficou dentro de casa, aqui no Palácio, chorando quase que 1 mês e preferiu fugir para os Estados Unidos do que fazer o que ele tinha prometido. Na expectativa de que, fora do país, o golpe poderia acontecer, porque eles financiaram as pessoas das portas dos quartéis para tentar estimular a sequência do golpe”, declarou.

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Entenda o caso

A afirmação do presidente teve como base o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior à Polícia Federal, divulgado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última sexta-feira (15). Segundo o militar, a suposta “tentativa de golpe” só teria tido êxito se o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, tivesse aceitado participar do plano.

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Conforme relatos do general Baptista Jr., Bolsonaro conjecturou decretar a ordem de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou Estado de Sítio, entretanto, o mesmo foi assessorado para não ir adiante com a proposta.

Conforme o ex-comandante da Aeronáutica, Freire Gomes ameaçou o ex-presidente Bolsonaro de prisão caso fosse adiante com seus planos.