Mesmo com a instalação da CPI do MST na última quarta-feira (26) na Câmara dos deputados, em Brasília, o presidente Lula (PT) convidou o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) para participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão). O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, neste sábado (29).
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Após o convite formal, a entidade, criada há 39 anos visando a luta pela reforma agrária no Brasil, aceitou participar do Conselho, de acordo com Padilha, em uma publicação no seu Twitter. E a 1ª reunião do órgão será realizada no dia 4 de maio, entretanto a lista de integrantes ainda não foi divulgada. “O trabalho na agricultura familiar vai contribuir com políticas para a produção de alimentos saudáveis no nosso país”, disse Padilha.
Diante das atuações e das pressões do MST, o governo Lula tem cedido mais espaço para a entidade na gestão petista. Após a invasão do MST, nas sedes do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da EMBRAPA, onde foram destruídos documentos e pesquisas científicas voltadas para a agricultura, no dia 19 de abril, o Executivo nomeou 8 superintendentes do Incra e pelo menos 6 dos novos administradores têm alguma ligação com o Movimento.
Outro episódio envolvendo o MST foi a viagem realizada pelo presidente Lula à China, que levou em sua comitiva para o encontro com o presidente Xi Jinping, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. A presença do líder do MST na delegação oficial em Pequim ocorreu após a divulgação de um vídeo em que Stédile promete retomar as invasões de terra no chamado “abril vermelho”.
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A aproximação do dirigente do MST acontece no mesmo momento em que o governo petista procurava romper resistências junto ao agronegócio, mesmo com a figura negativa do líder do MST pelo setor produtivo rural.
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O Movimento dos Sem Terra é acusado de atuar na invasão de terras consideradas pela entidade “improdutivas”. Várias associações agrícolas e fazendeiros tem relatado e apresentado provas da atuação negativa da entidade. Devido às provas apresentadas, a Câmara Federal instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende investigar a atuações do MST.