O presidente Lula (PT) comentou, nesta quarta-feira (25) durante a instalação do Conselho da Federação, (iniciativa para auxiliar Estados e municípios) que a guerra entre Israel e o grupo terrorista do Hamas é um verdadeiro ‘genocídio’, que já matou cerca de 2.000 crianças. Para o petista a situação não deve ser definida a partir de ‘quem deu o primeiro tiro’.

YouTube/Record News
“É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio, ou seja, não se trata de ficar discutindo quem está certo, quem está errado, de quem deu o 1º tiro, quem deu o 2º. O problema é o seguinte aqui: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, diz Lula.
Continua depois da Publicidade
Lula indicou que teria uma ligação com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, para negociar um tratado para liberar os brasileiros que moram e estão na zona de conflito em Gaza.
“Tenho um telefonema com o emir do Catar para tentar ver se encontra alguém capaz de conversar com alguém para ver se a gente consegue liberar, 1º os brasileiros, que estão retidos na Faixa de Gaza, a poucos quilômetros com a fronteira com o Egito, que estão querendo voltar para o Brasil. E que até agora, não foi permitido a eles o direito de voltar”, afirmou.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O QUE É GENOCÍDIO
Continua depois da Publicidade
A palavra ‘genocídio’ foi utilizada pela primeira vez durante a 2ª Guerra Mundial em 1944. O termo foi criado pelo judeu polonês e advogado Raphael Lemkin (1900-1959), que conceituou o sofrimento vivido pelas vítimas do “Holocausto” atribuído ao governo nazista. Genocídio é derivado da junção da palavra grega ‘genos’, que significa “tribo”, juntamente com expressão latina ‘cide’, que significa “matar”.
A palavra vem sendo utilizada noticiário político brasileiro há algum tempo, principalmente durante a pandemia da covid-19, onde políticos e governantes do Brasil eram acusados de ‘genocidas’ por não cumprirem com o padrão estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate ao coronavírus.
Continua depois da Publicidade
Segundo o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Michael Freitas Mohallem, “o genocídio é o ato de destruir um grupo, seja étnico ou religioso, mas tem um elemento importante que é a intenção de um agente de erradicar um grupo específico”.
Com essa afirmação o termo utilizado é considerado errado, pois atitudes irresponsáveis ou decisões contrárias a qualquer protocolo do senso comum da saúde pública, ou em locais onde se configura uma guerra, não podem ser consideradas como ‘genocídio’, pois foge do seu real significado.