O presidente Lula (PT) declarou nesta terça-feira (8) na Cúpula da Amazônia que acontece em Belém, estado do Pará, que o protagonismo dos países amazônicos nos debates sobre o futuro da Amazônia é um “passaporte para uma nova relação com o mundo, mais simétrica”. O petista disse também que a região agora “fala ao mundo” e admitiu que para preservar a biodiversidade da floresta é preciso resolver as carências socioeconômicas da localidade.
“Além de lidar com os desafios na nossa região, nos permitirá enfrentar uma ordem global cada vez mais incerta. Em um sistema internacional que não foi construído por nós, foi nos reservado historicamente o lugar subalterno de fornecedores de matérias-primas, a transição ecológica justa nos permite mudar esse quadro. A Amazônia é nosso passaporte para uma nova relação com o mundo. Uma relação mais simétrica, na qual nossos recursos não serão explorados em benefício de poucos, mas valorizados e colocados a serviço de todos”, declarou Lula.
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Conforme Lula, a declaração conjunta dos países amazônicos na cúpula internacional deverá ser um plano de ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
“A Amazônia não é e não pode ser tratada como um grande depósito de riqueza. Ela é incubadora de conhecimentos e tecnologias que mal conhecemos e começamos a dimensionar. A floresta não é vazia a ser ocupado, nem um tesouro a ser saqueado. É canteiro de possibilidades que precisa ser cultivado. […] A Amazônia será o que nós quisermos que ela seja”, disse.
Segundo o presidente, o Brasil irá priorizar uma transição justa que, engloba o crescimento do país com base em uma industrialização e infraestrutura verdes, a “sociobioeconomia” e as energias renováveis.
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Lula também declarou que a Cúpula da Amazônia representa “um novo sonho amazônico” em que as populações locais poderão mostrar a região para o mundo. “Durante muito tempo nos impuseram sonhos alheios. Ou seja, durante muito tempo o mundo falou sobre Amazônia e hoje é o dia que a Amazônia fala para o mundo”, disse.