INVASÃO FAKE

Hacker da “Vaza-Jato” depõe nesta quinta-feira na CPMI dos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro

Em seu depoimento, Delgatti afirmou que Bolsonaro lhe ofereceu um “indulto” para assumir a culpa pela invasão da urna e grampo contra o ministro Alexandre de Moraes.


O Hacker Walter Delgatti Neto (Vermelho), acusado de invadir o Sistema do Poder Judiciário a mando da deputada Carla Zambelli (PL-SP), depõe na manhã desta quinta-feira (17), na CPMI que investiga os atos ocorridos no dia 8 de janeiro. Delgatti afirmou em seu depoimento que Zambelli o contratou para invadir o sistema do judiciário do Conselho Nacional De Justiça (CNJ), e que recebeu uma proposta de “invasão fake” para atestar a fragilidade da segurança da urna eletrônica em uma reunião com a presença do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Conforme “Vermelho”, a ideia do pedido era manipular uma urna eletrônica, a fim de imprimir um comprovante de voto que apresentasse um candidato diferente do selecionado pelo eleitor.

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Apesar da solicitação, Delgatti afirmou que encontrou dificuldade ao acesso do código-fonte do sistema da urna, e disse não ter conseguido terminar a invasão. O Hacker declarou também que a sua motivação para realizar o ato, foi uma promessa de emprego oferecido por Zambelli.

Questionado pelo vazamento das conversas (na época) entre o procurador da Operação Lava-Jato, Deltan Dalagnol e o então Juiz Sergio Moro, Delgatti afirmou na CPMI do dia 8 de janeiro, que ao “invadir” o aplicativo de mensagens “Telegram” identificou que havia uma “perseguição” contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“De forma livre e espontânea dei publicidade as conversas da Lava Jato na época, que foi a Vaza Jato […] Ressaltando que eu não recebi nada em troca por isso e houve uma investigação, a Operação Spoofing, que comprovou que realmente não havia um mandante, que não recebi nada por isso”, declarou.

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Em seu depoimento na Polícia Federal, ‘Vermelho’ declarou que recebeu da deputada Zambelli, a quantia de R$40 mil para invadir qualquer sistema do judiciário. Conforme o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, informou, que o hacker apresentou provas que comprovam o pagamento. “Como Delgatti está colaborando com a Justiça, colaborando com as investigações, a expectativa é que ele seja colocado em liberdade em breve”.

Em seu depoimento, “Vermelho” afirmou que Bolsonaro lhe ofereceu um “indulto”, caso assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, além de tomar para si, a culpa pela violação da urna eletrônica e provar a fragilidade da segurança do equipamento eletrônico.

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