SOCORRO FEDERAL

Governo Federal adota medidas humanitárias para ajudar os Yanomami

As Forças Armadas também montarão um hospital de campanha próximo à casa de apoio, em Boa Vista.


A tragédia de saúde pública que atinge os Yanomami, em Roraima, desencadeou em uma série de medidas sanitárias e posicionamentos por parte do Governo Federal. No último sábado (21), o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, visitaram os povos e decretaram emergência em saúde no território. Desde sábado, a Força Aérea Brasileira já transportou 4 toneladas de alimentos para os indígenas.

Continua depois da Publicidade

O Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território indígena Yanomami. Profissionais da Força Nacional do SUS começam a chegar a Roraima, nesta segunda-feira (23), para oferecer atendimento multidisciplinares, principalmente focados na readequação alimentar, já que o principal problema é a desnutrição grave.

As Forças Armadas também montarão um hospital de campanha próximo à casa de apoio, em Boa Vista. Além disso, o governo enviará insumos médicos e mais alimentos para as comunidades.

Continua depois da Publicidade

Lula criticou a gestão de Bolsonaro com os povos indígenas. “Se ao invés de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui, quem sabe esse povo não tivesse abandonado como está. Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, publicou Lula nas redes sociais.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu, nesse domingo (22), em seu canal no Telegram, as falas de Luiz Inácio Lula da Silva sobre o suposto descaso com os indígenas durante o seu governo.

Continua depois da Publicidade

“Contra mais uma farsa da esquerda, a verdade: os cuidados com a saúde indígena são uma das prioridades do governo federal. De 2019 a novembro de 2022, o Ministério da Saúde prestou mais de 53 milhões de atendimentos de atenção básica aos povos tradicionais, conforme dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS, o SasiSUS”, disse na mensagem.

Entidades disponíveis a ajudar

Entidades que representam a comunidade acadêmica e científica brasileira se colocaram à disposição do governo brasileiro para ajudar a “amenizar” a crise nas terras Yanomami.  Em ofício enviado à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, as entidades que compõem a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento Brasileiro (ICTP.Br), dizem estar “inteiramente à disposição para ajudar a superar esse crítico e vergonhoso momento da história brasileira”.

O documento, que é assinado por entidades como Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), diz que “as estarrecedoras condições de vida e sobrevivência do Povo Yanomami, imerso em crise sanitária e de saúde,envergonha a todos deste país, nos constrange internacionalmente e nos faz perguntar como a sociedade brasileira permitiu que essa tragédia acontecesse”.

Mortes

A crise humanitária nas terras Yanomami já levou à morte 570 crianças nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. No ano de 2022, foram registrados 11.530 casos confirmados de malária na terra Yanomami. O governo federal exonerou, nesta segunda-feira, chefes de postos de saúde indígena de 11 distritos.