POLÊMICA

Ex-ministro Aldo Rebelo afirma que atos do dia 8 de janeiro são uma ‘fantasia’

Segundo Rebelo, a questão de ‘Golpe de Estado’ trata-se de uma “fantasia” proferida por Lula e seus seguidores para manter viva a chama da polarização política


Em entrevista ao portal de notícias Poder360, o ex-deputado e ministro Aldo Rebelo teceu críticas à classificação dos atos ocorridos em janeiro nas sedes dos três poderes. Rebelo, que exerceu 5 mandatos de deputado, além de presidir a Câmara dos Deputados (2005-2007), e de ter sido ministro de 4 pastas diferentes nos governos petistas, afirma que chamar os atos em Brasília de ‘golpe e terrorismo’, é uma das principais narrativas do 3º governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Foto: Wilson dias/Agência Brasil

Segundo Rebelo, a questão de ‘Golpe de Estado’ trata-se de uma “fantasia” proferida por Lula e seus seguidores para manter viva a chama da polarização política, além de dar força a uma ação conjunta entre o Executivo e o Judiciário, contra o poder Legislativo.

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“Faz bem à polarização atribuir ao antigo governo a tentativa de dar um golpe. Criou-se uma fantasia para legitimar esse sentimento que tem norteado a política nos últimos anos. É óbvio que aquela baderna foi um ato irresponsável e precisa de punição exemplar para os envolvidos. Mas atribuir uma tentativa de golpe àquele bando de baderneiros é uma desmoralização da instituição do golpe de Estado”, disse o ex-ministro.

O ex-ministro de governos petistas comparou os ataques de 8 de janeiro ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MSLT), que é um braço do Movimento do MST. Segundo Aldo, no dia 6 de junho de 2006 (na época, Aldo era o presidente da Casa Baixa), um grupo do MSLT invadiu a Câmara dos Deputados, destruiu parte do patrimônio da Casa Legislativa, além de deixar 24 pessoas feridas e com uma pessoa em estado grave (na época).

“Eles levaram um segurança para a UTI, derrubaram um busto do Mario Covas. Eu dei voz de prisão a todos. A polícia os recolheu e eu tratei como o que eles de fato eram: baderneiros. Não foi uma tentativa de golpe. E o que houve em 8 de janeiro é o mesmo”, comparou.

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Após um ano dos atos de vandalismo às sedes dos três poderes em Brasília, das mais de 2.000 pessoas presas, o STF só julgou 30 dos cerca de 200 denunciados, e neste momento 66 pessoas continuam presas acusadas de executarem e financiarem as ações de baderna, oito pessoas foram condenadas pela corte Suprema.