MOBILIZAÇÃO INTERNACIONAL

Em reunião extraordinária nos EUA OEA debateu sobre atos extremistas em Brasília

Na reunião, a delegação brasileira realizou uma apresentação chefiada pelo diplomata Otávio Brandelli, sobre os atos do dia 8 de janeiro.


A Organização dos Estados Americanos (OEA), através do seu Conselho Permanente, realizou nessa quarta-feira (11) às 12h (horário de Brasília) em Washington, nos Estados Unidos, uma reunião extraordinária para analisar os atos violentos contra as sedes dos Três Poderes do governo brasileiro ocorridos no domingo (8), em Brasília.

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Na reunião, a delegação brasileira realizou uma apresentação chefiada pelo diplomata Otávio Brandelli, sobre os atos do dia 8 de janeiro. Num recado político e diplomático forte, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva usou a reunião de emergência para assegurar ao mundo que a democracia no país é sólida e que os responsáveis pagarão o preço de suas ações, no rigor da lei.

O encontro para lidar com a crise no Brasil havia sido proposto por Chile e Colômbia, e ganhou o apoio de EUA, Canadá, entre outros países. Em sua mensagem ao grupo presente, o embaixador do Brasil na OEA, Otávio Brandelli, mandou uma mensagem do governo Lula coordenada pelo Itamaraty.

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“A democracia brasileira acabou de dar uma demonstração de solidez e eficácia de seus mecanismos de proteção, graças à atuação firme e coesa dos três Poderes”, disse o diplomata, indicando que o Brasil promete lutar contra atos antidemocráticos no continente.

Apesar da declaração de Lula tenha sido usada em um fórum regional entre o presidente e os governadores, os diplomatas do mais alto escalão no Itamaraty explicaram que essa é a mensagem que Lula quer que os demais líderes escutem. Trata-se da primeira reunião sobre o assunto, no palco global.  “O Brasil tem um compromisso inabalável com a democracia e rechaça qualquer forma de extremismo antidemocrática e violência política”, afirmou.

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Brandelli também afirmou que não haverá anistias e nem impunidade sobre os atos de vandalismo ocorridos em Brasília. Segundo o chanceler, os responsáveis serão “identificados e tratados com o rigor da lei, no devido processo legal”. “O estado dará respostas à altura da gravidade dos atos cometidos. Sob a égide dos preceitos da Constituição de 1988, o Brasil registra o mais longo período de convivência democrática em sua história republicana”, insistiu.

Entenda o caso

Manifestantes radicais após romperem barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional invadiram por volta das 15h de domingo (8) as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Os atos foram realizados por pessoas que em sua maioria estavam vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Os manifestantes radicais em sua pauta principal defendiam uma “intervenção militar” para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).