O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu nesta quarta-feira (12) à sede da Polícia Federal, em Brasília para prestar depoimento no caso que investiga o senador Marcos do Val (Podemos-ES) no caso de uma possível movimentação (no final do ano passado) entre o senador, o então deputado Daniel Silveira (PDT-RJ) e o presidente Bolsonaro na articulação de um golpe de estado.

Clauber Cleber Caetano/PR
Após deixar a sede da PF, Bolsonaro confirmou que compareceu a uma reunião com o senador Marcos do Val e Daniel Silveira no dia 8 de dezembro do ano passado. Entretanto, afirmou que “nada do assunto foi tratado naquele momento”. O ex-presidente negou ter discutido um plano golpista. “Ele que responda pelos atos dele”, disse Bolsonaro sobre o senador Marcos do Val.
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Bolsonaro afirma que a reunião com Do Val e Silveira durou cerca de 20 minutos, no Palácio do Alvorada. O ex-presidente disse que não tem uma proximidade com o senador. Conforme o advogado e assessor do ex-presidente, Fabio Wajngarten, em entrevista coletiva, que “em nenhum momento da reunião apareceu o nome do ministro do STF, Alexandre de Moares”.
Entenda o caso
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou o comparecimento do ex-presidente devido a um pedido da PF, a qual relata nas investigações de dados extraídos do celular do senador em fevereiro desse ano que apresentam “elementos indicativos de suposta participação do referido parlamentar em associação criminosa junto de Daniel Silveira para o suposto cometimento de atos antidemocráticos”.
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Na decisão, Moraes pede imediatamente a realização de uma oitiva com o ex-presidente. “Proceder à imediata realização da oitiva do representado, observadas suas garantias constitucionais e legais. Identificar e proceder à oitiva de outros agentes com os quais o investigado tenha interagido mediante incitação e/ou cooptação para a prática de atos tendentes e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, bem como proceder à oitiva de Daniel Lucio Silveira e de Jair Messias Bolsonaro quanto aos fatos expostos”.
Marcos afirmou que teria planos para manter o ex-presidente no poder. Conforme o parlamentar, o assunto teria sido discutido em reunião com a presença de Bolsonaro.