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Durante conferência do G20 em Nova Iorque, Lula defende revisão da Carta das Nações Unidas

O petista afirmou também que o governo brasileiro considera convocar uma conferência internacional para a realização da revisão da Carta da ONU


Durante reunião ministerial do G20 em Nova Iorque, EUA, nessa quarta-feira (25), o presidente Lula (PT) defendeu uma revisão da ONU para uma remodelação do organismo multilateral. Lula defendeu uma maior representação na organização da África e da América Latina no Conselho de Segurança da ONU.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Na sua atual configuração, o Conselho de Segurança tem se mostrado incapaz de resolver conflitos e menos ainda de preveni-los… Com mais representatividade, em especial da África e América Latina e Caribe, teremos mais chance de superar a polarização que paralisa o órgão”, disse Lula.

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O petista afirmou também que o governo brasileiro considera convocar uma conferência internacional para a realização da revisão da Carta da ONU.

“Por isso, o Brasil considera apresentar proposta de convocação de uma Conferência de Revisão da Carta da ONU, com base no seu artigo 109. Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal. Mas precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente”, completou.

Outra sugestão do presidente brasileiro foi a mudança do sistema global de comércio. Lula defendeu a reforma de organismos multilaterais de crédito, como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).

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“Quando o FMI e o Banco Mundial foram criados, suas juntas executivas tinham 12 assentos para um universo de 44 países. Atualmente, são 25 assentos para mais de 190 países. Se mantida a proporção original, essas juntas deveriam ter hoje pelo menos 52 cadeiras”, disse.

Lula disse também que a Organização Mundial do Comércio (OMC) está paralisada devido a “interesses geopolíticos e econômicos”, e defendeu um comércio mundial mais inclusivo.

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“Hoje, a OMC encontra-se paralisada devido a interesses geopolíticos e econômicos. Reverter o novo impulso ao protecionismo, que prejudica desproporcionalmente os países em desenvolvimento, é essencial para garantir um comércio mais equitativo. Essas mudanças terão impacto limitado sem reformas efetivas.”

Lula também defendeu a taxação dos super-ricos e um combate efetivo às desigualdades sociais, além de utilizar recursos para combater as mudanças climáticas. “A taxação de super-ricos é uma forma de combater a desigualdade e direcionar recursos a prioridades de desenvolvimento e ação climática”, afirmou.