Com a intenção de não “prejudicar” o novo governo federal, que inicia no dia 1º de janeiro de 2023, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), solicitou ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes, que “não prorrogue a desoneração de tributos federais sobre os combustíveis”. Conforme a declaração realizada pelo futuro ministro, nessa terça-feira (27) em Brasília, Guedes teria aceito o pedido e instruído a atual equipe econômica para não realizar nenhuma atitude que possar “impactar” o novo governo.
O pedido direto entre os ministros, aconteceu devido a uma medida que estava sendo estudada pelo ministério da Economia, que pretendia prorrogar a isenção sobre combustíveis em até 90 dias. A medida adotada pelo novo governo, pode impactar no preço atual dos combustíveis, porém essa medida “não reflete uma preocupação” para o futuro ministro Haddad.
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“Medidas que podem ser tomadas em janeiro não precisam ser tomadas de forma apressada agora. Nós vamos aguardar a nomeação do presidente da Petrobras. Estamos com expectativa em relação a muitas variáveis que impactam essa decisão, como a trajetória do Dólar e do preço internacional do petróleo. Então, para a gente não tomar nenhuma decisão açodada, o governo atual se abstém e a gente com calma avalia”, declarou Haddad.
Com essa decisão, o preço dos combustíveis em todo o país poderá ter um aumento, a partir de janeiro de 2023, pois o prazo final da desoneração termina em 31 de dezembro desse ano. O futuro ministro declarou que o pedido foi “genérico”, pois o atual governo se abstém de responsabilidades de tomar qualquer medida em final de mandato, que venha a impactar o futuro governo. Haddad relatou que Guedes concordou em se abster e que, com apenas três dias para o fim do governo Bolsonaro, não há urgência em resolver essas questões.
Haddad também declarou que, nos primeiros dias do ano de 2023, a sua equipe econômica deverá apresentar um plano para “cobrir o rombo que foi aberto em 2022 nas contas públicas”.