Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20), o Brasil registrou o recorde positivo na diminuição de mortes violentas intencionais. Segundo o levantamento, em 2022, o país registrou 47.508 mortes. É a menor taxa desde 2011, quando passou a ser monitorada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), responsável pela pesquisa.

Imagem: Pinterest
Em comparação com 2021, onde foi registrado o número de 48.431 mortes violentas, com média de 24 mortes por 100 mil habitantes, em 2022 os números indicaram uma queda de 2,4%, registrando 23,4 mortes violentas a cada 100 mil pessoas.
Continua depois da Publicidade
Conforme a supervisora do Núcleo de Dados do (FBSP), Isabela Sobral, a redução do índice nacional corresponde a diminuição de crimes violentos nas Regiões Norte com (-2,7%) e Nordeste com (-4,5%). Entretanto, nas Regiões Sul e Centro-oeste houve um aumento de 3,4% e 0,8% respectivamente. No Sudeste, foi registrada uma queda de 2% de homicídios.
Apesar da região Nordeste ter a maior baixa dentre os territórios (-4,5%), cerca de quatro em cada dez mortes registradas estão na localidade. Contudo, entre 2021 e 2022, os homicídios baixaram de 21.011 para 20.122 mortes.
Segundo Isabela, os índices no Norte e Nordeste do país, se explicam devido a uma explosão de casos de assassinatos nessas regiões, onde o crime organizado começou a agir, com o pico de mortes violentas em 2016. Conforme a supervisora, praticamente os números desse tipo de delito estão voltando para antes de 2016.
Continua depois da Publicidade
“A baixa [no Norte e Nordeste] está muito relacionada a essa questão de ter tido uma explosão muito grande de violência nos últimos anos lá. Agora, está voltando ao patamar anterior a essa explosão. E essa explosão no Norte e Nordeste é muito devida à questão do crime organizado. Facções como o PCC e o Comando Vermelho, que surgem no Sudeste nos anos 2000, migram para as regiões Norte e Nordeste e as mortes explodem”, destaca.
Entretanto, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que, embora os números sejam positivos, é preciso alertar a população brasileira para não ser induzida a acreditar na ideia de que o país está mais seguro.
Continua depois da Publicidade
“Ainda somos uma nação violenta e profundamente marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais que caracterizam quem são e onde vivem as vítimas da violência letal”, cita a FBSP.