O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), divulgou na noite dessa quarta-feira (5) um manifesto contra a aprovação do texto da Reforma Tributária apresentado pelo atual governo federal no final de junho desse ano. A medida está sendo apreciada pelo Congresso Nacional, em Brasília e poderá ser votado até nesta sexta-feira (7). Bolsonaro diz no texto que, se ainda fosse deputado, “votaria contra tudo que viesse do PT”. “Não podemos apoiá-los em nada”, afirma.

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Em seu manifesto, Bolsonaro fala sobre a proposta de reforma tributária defendida pelo atual presidente Lula (PT) que se reúne com o Foro de São Paulo e ainda tem orgulho de ser chamado de comunista
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Leia o texto:
Não, à Reforma Tributária. Lula se reúne com o Foro de SP (criado em 1990 por Fidel Castro, Lula, FARC, …), diz ter orgulho de ser comunista, que a Venezuela impera a democracia, é amigo de Ortega que prende padres e expulsa freiras, seu partido fez ferrenha oposição a nós por 4 anos e comemorou a minha inelegibilidade.
Só por isso, caso fosse deputado, votaria ao longo de todo o meu mandato contra tudo que viesse do PT.
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Esse partido não se preocupa com povo e com a família, não respeita a propriedade privada, defende bandidos, desarma o cidadão de bem… Apenas deseja o poder absoluto a qualquer preço. Não podemos apoiá-los em nada. Nos roubar a liberdade e nos escravizar é sua meta.
Do exposto, a todos os que se elegeram com nossas bandeiras de “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária.
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Jair Bolsonaro.
O ex-presidente declarou em entrevistas que deve trabalhar junto ao Partido Liberal (PL) para que a Proposta de Emenda Parlamentar (PEC- nº 45/2019) de autoria do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), não seja aprovada. Segundo Bolsonaro, a Direita brasileira não está contra a reforma, entretanto a propositura está cheia de supostas ideologias identitárias e ambientais, que prejudicam o desenvolvimento e a autonomia econômica do Brasil.
Reunião com correligionários partidários e desavença com Tarcísio de Freitas
No dia seguinte ao manifesto, nesta quinta-feira (6), Bolsonaro teve uma reunião com a bancada do Partido Liberal, onde o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi convidado para prestar explicações sobre declarações à imprensa (ao lado do ministro Fernando Haddad – PT) do seu apoio a aprovação do novo sistema tributário brasileiro. Tarcísio afirmou que concorda com 95% dos itens apresentados na propositura.
Durante sua defesa, Tarcísio disse que a Direita brasileira não pode ficar de fora das discussões da reforma tributária e entregar tudo nas mãos da esquerda. Tarcísio diz que a direita precisar colocar a digital na aprovação de uma reforma que está sendo buscada há décadas.
“A direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma tributária. Por que se não, a reforma acaba sendo aprovada e quem aprovou? A grande questão é construir um bom texto”, disse.
O governador, declarou que estava no local para ser um interlocutor e pedir que parlamentares votem na aprovação da propositura. Durante sua explanação, Tarcísio foi interrompido por Bolsonaro, que disse “Pessoal, se o PL estiver unido, não aprova nada”.
Após a fala de Bolsonaro, Tarcísio continuou sua explanação. “Eu não estou aqui defendendo votação hoje. Eu estou tentando explicar, com a maior humildade do mundo, é que eu acho arriscado a direita abdicar da reforma tributária. Se vocês acham que a reforma não é importante, não votem”, disse.
O governador foi cobrado pela bancada do PL a não participar de novas reuniões com o ministro da Fazenda, e que não “empreste” sua imagem para defender a reforma. Bolsonaro orientou que a bancada do PL vote contrariamente à Reforma Tributária.