Três ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), viajaram de carona em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em um voo requisitado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) de Brasília para São Paulo, duas horas após tornarem inelegível por oito anos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alexandre de Moraes (presidente do TSE), Floriano Marques e André Ramos votaram a favor da inelegibilidade e embarcaram no avião da FAB no dia 30 de junho.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Conforme o registro de voo da FAB, o horário da partida foi às 16h25 do dia 30 de junho e a Sessão do TSE que julgou o processo contra Bolsonaro, foi encerrada às 14h37. A informação foi divulgada no dia 23 de julho deste ano pelo jornal “O Tempo” através da Lei de Acesso à informação (LAI).
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Na ocasião, o jornal contactou o ministério da Fazenda e em resposta, a Fazenda afirmou que o voo foi compartilhado pelas autoridades a pedido da FAB “no sentido do melhor uso dos recursos públicos e seguindo as diretrizes de compartilhamento previstas no decreto 10.267 de 2020”.
Apesar da prática não ser ilegal, o voo é apenas um dos 14 realizados em 2023 com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados como acompanhantes de ministros de Estado em jatos da FAB no 1º semestre.
A política de “boa vizinhança” entre o poder judiciário e o atual poder executivo contrasta com o que se passou durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em quatro anos (2019 a 2022) foram identificadas 10 caronas dadas a juízes do Supremo. Bem menos do que nos primeiros 6 meses do governo Lula.