O presidente Lula (PT), declarou nesta quarta-feira (9) em seu discurso na Cúpula da Amazônia, que U$100 bilhões anuais apalavrados desde 2009 pelos países ricos para financiar países em desenvolvimento com trabalhos de defesa do Meio Ambiente, já não são suficientes. Lula também criticou dizendo que esse aporte nunca foi implementado por completo através desses países.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
“Desde a COP 15, o compromisso dos países desenvolvidos de mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático novo e adicional nunca foi implementado. Esse montante já não corresponde às necessidades atuais. A demanda por mitigação, adaptação e perdas e danos só cresce”, disse Lula.
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Lula também enfatizou que quem tem maiores reservas florestais e maior biodiversidade, tem o direito de ter maior representatividade financeira, e que não tem explicação que mecanismos de financiamento, como o Fundo Global para o Meio Ambiente, que nasceu no Banco Mundial, espelhem a dialética excludente das instituições de Bretton Woods.
O petista se referiu às instituições financeiras internacionais criadas na Conferência de Bretton Woods, em 1944, onde o dólar foi estabelecido como moeda para comércio internacional.
Lula também criticou a falta de representatividade no Fundo, de países como o Brasil, Colômbia, Equador, Congo e Indonésia, e que, a estrutura atual favorece apenas países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Suécia, que possuem cada um seu próprio assento.
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“Os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados, de forma justa e equitativa”. O petista defendeu uma forma sustentável nas grandes florestas tropicais.

Imagem: TV Brasil
O presidente classificou como “neocolonialismo verde” as medidas adotadas que criam barreiras comerciais onde discriminam países “sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, desconsiderando marcos normativos e políticas domésticas dos países que ainda detêm florestas em seus territórios.
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“Quero convidar especialmente outros países com florestas tropicais para que se somem a esse esforço. A Declaração Conjunta que adotaremos hoje será o primeiro passo para uma posição comum já na COP28, este ano, com vistas à COP30. Com nossos companheiros da África e da Ásia, podemos aprofundar as trocas de experiências sobre a proteção das florestas e seu manejo sustentável”, comentou.
Durante a Cúpula, os chefes de Estado participantes do evento, divulgaram um documento chamado de “Declaração de Belém”, na qual apresenta uma agenda comum, com 113 pontos consensuais envolvendo os países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
A base desse documento corresponde “a aportes da sociedade civil” destacados durante o Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, que ocorreu no mês de maio desse ano em Brasília.
Nessa terça-feira, os representantes dos países amazônicos receberam as propostas de políticas públicas elaboradas por representantes de entidades, movimentos sociais, da academia, de centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos durante o “Diálogos Amazônicos”, que foi uma prévia da Cúpula da Amazônia.
Fonte: Agência Brasil