A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva (Rede), discursou na última segunda-feira (16), na abertura do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça. Em sua primeira participação no Fórum, Marina Silva comentou sobre as metas ambientais do governo Lula, porém alertou sobre a complexidade dos temas em questão. Interrogada pela questão do crédito de carbono, Marina afirmou que está trabalhando em uma regulação que colabore para complementar o trabalho de redução de emissões de poluentes.
A redenção dos ambientalistas no Fórum Econômico Mundial se deu pelo compromisso com desmatamento zero, além de um novo ciclo de prosperidade no agronegócio do país. Em seu discurso em Davos, Marina Silva, foi a grande estrela de um dos primeiros painéis do Fórum Econômico. No “Fórum aberto: em harmonia com a natureza”, Marina foi várias vezes aplaudida no evento, onde foi a principal entrevistada dos participantes, questionada principalmente sobre a Amazônia brasileira.
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As principais perguntas focaram sobre a expectativa da comunidade internacional sobre as políticas de meio ambiente e de preservação da Amazônia no novo governo Lula (PT). Os ambientalistas de todo o mundo tiveram muitas divergências com o governo de Jair Messias Bolsonaro (PL) na preservação da Amazônia, principalmente devido ao aumento do desmatamento na região.
Sobre a questão do crédito de carbono no país, Marina afirmou ser preciso regulamentar o mercado de carbono que deve estar presente na reforma tributária que será apresentada neste ano. Marina afirmou que está trabalhando para ter um “mercado regulado de carbono que seja suplementar aos esforços para reduzir a emissão de gases nocivos à natureza” e que “cada um busque fazer da melhor forma possível o seu dever de casa”.
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A ministra defendeu uma agenda onde os países mais ricos devem ajudar os mais pobres como objetivo de desenvolvimento e sustentabilidade. A ministra também criticou a política ambiental do governo Bolsonaro.
“Há uma grande expectativa, sim, em relação ao Brasil. Nós sempre fomos um país que contribuiu com agendas muito importantes, na questão do clima e da biodiversidade. Mas infelizmente nos últimos quatro anos o Brasil saiu da condição de um país que contribuía para a condição de se tornar pária ambiental. E agora há um grande desejo que o Brasil volte a contribuir”, disse ela, que teceu mais críticas à gestão de Bolsonaro.
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Marina afirmou que a política ambiental do governo lula, tem “prioridade máxima” e que ela “será uma política inclinada” em todos os setores do governo. “Estamos comprometidos com o desmatamento zero da Amazônia e proteção dos povos tradicionais, além de criar um ciclo de prosperidade, com democracia, combate às desigualdades e sustentabilidade”, disse.
Sobre o Agronegócio, Marina Silva declarou que as políticas ambientais tem o objetivo de combater à desigualdade social e à fome no Brasil, que tem mais de 300 milhões de hectares de área agricultável [semi-utilizada], e com “baixíssima produtividade”.
“Podemos dobrar, triplicar a produção agrícola no Brasil sem precisar derrubar mais uma árvore. Esse é o desafio que está sendo colocado pelo presidente Lula para mim”, declarou.
Marina aproveitou para tecer mais críticas ao governo de Jair Bolsonaro. “Tivemos quatro anos de um governo de negacionismo, que nega a realidade social, nós tivemos uma pandemia que ceifou a vida de mais de 700 mil pessoas porque o governo negou a ciência. Temos a destruição da Amazônia porque o [antigo] governo nega a ciência, [afirmando] que não há perigo nenhum em relação à destruição da Amazônia para o equilíbrio do planeta”.