Manifestantes x PF

Após prisão de Cacique, manifestantes entram em confronto com a Polícia em Brasília

A Polícia Militar do Distrito Federal divulgou uma nota afirmando que o protesto teve início após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o cacique José Acácio Serere Xavante.


Brasília, amanheceu nessa terça-feira (13) com as marcas das manifestações violentas ocorridas na noite da última segunda-feira (12), onde “supostos manifestantes” entraram em confrontos com a polícia. O saldo foi de oito carros e cinco ônibus incendiados pelos vândalos, além de um hotel na localidade também ter os vidros do prédio quebrados. Os vândalos tentaram também invadir a sede da Polícia Federal e o hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da silva (PT) está hospedado, sendo cercado por uma equipe de elite da PF para proteger o local.

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A Polícia Militar do Distrito Federal divulgou uma nota afirmando que o protesto teve início após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o cacique José Acácio Serere Xavante. A detenção ocorreu pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo de dez dias.
Conforme relato da PF, o Cacique teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping e na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos).
Apesar da tentativa de invasão, a situação na sede da PF está tranquila nesse momento. Porém, vias no entorno da região central do plano piloto de Brasília, estão fechadas. A Esplanada dos Ministérios segue também fechada, assim como algumas vias de acesso ao setor hoteleiro da capital federal.
De acordo com agentes da Polícia Federal, para conter os manifestantes, foram usadas bombas de efeito moral e gás de pimenta. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve registro de feridos até o início da madrugada desta terça (13).
Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), a prisão temporária, foi solicitada devido a Acácio vir reiteradamente utilizar sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometerem crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Agora o cacique Xavante está no presídio da Papuda, aguardando a participação de uma audiência de custódia. Em um vídeo enviado a jornalistas, xavante pede aos manifestantes que não se envolvam em “briga ou confronto”.
“Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir, como eu tenho amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz. E não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF”, diz.
Tiros de bala de borracha foram usados pela Polícia Federal contra os manifestantes. Porém, até o momento da produção dessa matéria, além do Cacique Xavante, ninguém mais foi preso.
Conforme o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, a ordem já foi reestabelecida. “O Governo do Distrito Federal vem trabalhando integrado com os órgãos federais e com a equipe de transição na sua missão de garantir a segurança dos cidadãos, das autoridades e a ordem pública. Hoje ocorreu um fato, já para o final da tarde, a prisão de um manifestante com o cumprimento de um mandado de prisão que acabou desencadeando atos de vandalismo próximos ao prédio da Polícia Federal no centro de Brasília”, disse Júlio.

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