Após ao violento ataque surpresa realizado pelo grupo terrorista ‘Hamas’ ocorrido no início deste sábado (7), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, proferiu uma declaração formal de guerra contra o grupo extremista. O Hamas realizou uma operação de guerra em grande escala, considerada uma das maiores investidas contra Israel nos últimos anos. Autoridades afirmam que já morreram 100 pessoas e que esse número pode aumentar.
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A investida foi realizada por meio de uma operação de infiltração com o número de soldados até o momento desconhecido. Há exatos 50 anos, houve na região o início de uma grande ofensiva militar contra Israel, chamada de “Guera de Yom Kippur”, onde ataques combinados com mísseis e invasão por terá partiram da faixa de Gaza contra seus adversários judeus. O último grande conflito entre Israel e Hamas ocorreu em 2021 na ‘Guerra de 10 dias’.
O Hamas, é um grupo palestino que controla a faixa de Gaza, na região da Palestina e não reconhece o Estado de Israel. O grupo considera o país como “entidade sionista”, e prega a criação de um Estado palestino islâmico e a extinção de Israel. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu divulgou uma mensagem de vídeo afirmando que o Hamas irá “pagar um preço sem precedentes” pela ofensiva contra seu país. O chanceler israelense também afirmou que o grupo extremista utilizou cerca de 5.000 foguetes contra Israel. “Estamos em guerra. Esta não é uma operação simples”, declarou.
Até o momento, autoridades afirmam que já morrem ao menos 100 israelenses nos ataques, e outros 750 ficaram feridos. Conforme os serviços de ambulâncias de Israel, esse número deve aumentar. A imprensa israelense afirma que ao menos 50 israelenses foram capturados pelo grupo extremista, na região de Kibut de Beeri, nas proximidades da fronteira com a Faixa de Gaza. Segundo informações da TV árabe, Al Jazeera, que entrevistou um dos líderes do Hamas, Saleh Al-Arouri, disse que dos prisioneiros, vários são oficias israelenses.
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O Hamas anunciou sua investida militar através de seu comandante, Mohammad Deif, em uma transmissão através dos meios de comunicação do grupo. Na ocasião, o líder terrorista apela aos palestinos de todo o mundo para lutarem na guerra contra Israel. “Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação na Terra”, disse.
Após o início dos lançamentos dos mísseis e dos combates na região, as pessoas na localidade correram para abastecerem suas dispensas com mantimentos, antecipando os dias de conflito que podem perdurar. Algumas pessoas deixaram suas casas e procuraram se refugiar em abrigos.
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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, convocou reservistas e afirmou que as tropas israelenses estão lutando contra o inimigo em vários flancos, e disse que “Israel vai ganhar esta guerra”. Segundo informações do Exército israelense, seus soldados já estão operando dentro da Faixa de Gaza.
Conforme informações da jornalista Daniela Kresch, que é correspondente do Instituto Brasil-Israel em Tel Aviv, a investida Palestina realizada neste sábado é diferente de todas as anteriores. “É o primeiro ataque que acontece simultaneamente por ar e por terra. O Hamas lançou milhares de foguetes não apenas ao sul, mas também ao norte e ao centro do país, incluindo Jerusalém”, afirmou.
Sobre a situação dos brasileiros que moram na região, diplomatas, afirma que não há registro de feridos dos cerca de 30 brasileiros que moram na Faixa de Gaza. Já o Consulado Geral de Israel em São Paulo informou, por meio de uma nota, que o ataque foi iniciado pelo grupo terrorista sem motivo de força maior ou ação prévia por parte de Israel.
O Consulado afirma na nota que a invasão ocorre “após um longo período de Paz, onde Israel buscou manter na região da Faixa de Gaza, e, ao mesmo tempo, buscou também fazer grandes esforços para amenizar a situação dos civis dentro da região”. “O Estado de Israel fará tudo para proteger os seus cidadãos e não tem medo de uma ampla campanha em Gaza”, afirma a nota.
Líderes de todo o mundo condenaram o ataque. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou sua solidariedade com Israel. “Expresso a minha total solidariedade às vítimas, às suas famílias e às pessoas próximas delas”, escreveu. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o ataque dos extremistas do Hamas contra os Israelenses “é o terrorismo na sua forma mais desprezível”. Para Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, “esta violência horrível deve parar imediatamente”.
Representando as Nações Unidas, alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Tuerk, afirmou que a investida militar tem um impacto “horrível” sobre os civis daquele país. “Os civis nunca devem ser alvo de ataques. Apelo ao fim imediato da violência e apelo a todas as partes e aos principais países da região para reduzirem a escalada para evitar mais derramamento de sangue”, acrescentou.
A casa Branca, através do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, disse que a nação “condena inequivocamente” os ataques do grupo terrorista e os EUA estão firmemente ao lado do governo e do povo de Israel.
A ‘Rússia’, através da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, disse está preocupada com a situação. “Apelamos aos lados palestino e israelita para implementarem um cessar-fogo imediato, renunciem à violência, exerçam a contenção necessária e estabeleçam, com a assistência da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a estabelecer uma paz abrangente, duradoura e há muito esperada no Oriente Médio”, disse.