O presidente Lula durante uma entrevista coletiva para a imprensa estrangeira, nesta quarta-feira (2), defendeu a incorporação de mais países no grupo dos Brics formado por: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na entrevista, Lula defendeu a entrada de países como: Arábia Saudita, Argentina e Emirados Árabes Unidos.
“Acho extremamente importante a Arábia Saudita entrar nos Brics. Acho extremamente importante os Emirados Árabes, se quiserem entrar, entrarem nos Brics, a Argentina…”, citou o presidente.
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Lula, disse que irá discutir com os representantes do Brics se há consenso entre os membros e a possibilidade de adesão de novas nações no grupo. No final deste mês, os presidentes dos países participantes do bloco econômico irão se reunir na África do Sul.
“Possivelmente nessa reunião, a gente já possa decidir, por consenso, quais os países novos que poderão entrar para os Brics. Acho extremamente importante a gente permitir que outros países, que cumprem as exigências, entrarem para os Brics. Do ponto de vista mundial, eu acho que os Brics podem ter um papel essencial na economia”, disse Lula.
O presidente espera que o Banco dos Brics tenha uma postura mais “generosa”, principalmente porque o comando da instituição internacional é da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
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“Acho que o Banco dos Brics tem que ser mais eficaz e mais generoso do que o FMI [Fundo Monetário Internacional]. Ou seja, um banco ele existe para ajudar a salvar o país e não para ajudar a afundar o país, que é o que o FMI faz muitas vezes”, disse Lula.
Sobre a defesa de uma possível ampliação do bloco econômico, como uma força política internacional, Lula criticou o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7), mesmo depois da participação do Brasil na reunião do G7 ocorrida no Japão, como país convidado, e membro do G20. O petista afirmou que o grupo deveria ter sido substituído pelo G20.
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“Espero que um dia as pessoas percebam que o jeito de discutir política no G7 está superado. É preciso abrir. Na verdade, o G7 nem deveria existir depois da criação do G20. Porque são as mesmas pessoas”, afirmou.
A declaração do petista sobre a Arábia Saudita, ocorreu dias após o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, receber, na segunda-feira (31), uma comitiva árabe em um evento na Fiesp.
Na ocasião do evento, o Brasil e a Arábia Saudita, assinaram 25 acordos para o comércio bilateral e investimentos entre os dois países. O ministro de investimento do Reino da Arábia Saudita, Khalid Al Falih, demonstrou confiança em relação ao avanço da parceria entre os países. “O Brasil e a Arábia Saudita, dois membros orgulhosos do G20 e produtores de energia, estão bem posicionados para serem parceiros estratégicos, sendo nós líderes econômicos de nossas respectivas regiões”, disse o ministro.
“Com nossos interesses estratégicos alinhados e os setores privados fortes, poderíamos nos tornar um dos cinco principais investidores na economia um do outro. Acredito que isso será possível”, completou.