O presidente Lula (PT) assume, nesta terça-feira (4), a presidência do Bloco Internacional do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em um mandato de seis meses. A cerimônia acontece na 62ª cúpula dos chefes de Estado, realizada em Puerto Iguazú, na Argentina. A autarquia é composta por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O chefe de estado brasileiro, assume no lugar do presidente argentino, Alberto Fernadéz.
O comando do Mercosul, é uma regra firmada pelos quatro países titulares, desde 1991, onde é estabelecido o revezamento da presidência dessas nações a cada seis meses. Além dos quatro países, há também os chamados Estados associados ao bloco. Entre eles estão Colômbia, Bolívia e Chile.
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Ao assumir o bloco internacional, Lula tem o desafio de finalmente concluir um acordo comercial junto a União Europeia (UE), onde as negociações perduram desde 1999. O acordo já definido, está sendo estudado pelas partes há quatro anos, mas para ser homologado, é preciso que os parlamentos das 31 nações envolvidas nas duas autarquias aprovem o documento.
Entretanto, antes da análise final dos políticos para o início das votações, os europeus apresentaram um “documento adicional” ao Mercosul, que antevê sanções rígidas em questões ambientais. O presidente Lula, em viagem à Europa, criticou o documento, o chamando de “ameaça”. Em contrapartida, o governo brasileiro está preparando um apontamento para neutralizar as partes mais danosas do documento europeu.
“O governo está traduzindo as instruções do presidente Lula para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul, e depois à União Europeia. É um processo que não é tão rápido porque os acordos são muito delicados e têm exigido trabalho de coordenação interna muito intenso”, relatou o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Maurício Carvalho Lyrio.
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Outras questões a serem discutidas pelo presidente do Mercosul, serão os debates de um possível tratado com a Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), que é um grupo de países da região que não participam da EU. Essa entidade é formada por: Noruega, Suíça, Islândia e o Liechtenstein.
Outra pauta a ser debatida pelo Mercosul, é a definição de um acordo comercial com Singapura. Conforme o Itamaraty, até o final do ano será organizado um fórum empresarial para discuti o assunto.
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“Essa cúpula é particularmente relevante para nós porque, em primeiro lugar, o Brasil assume a presidência pro tempore num contexto de retomada de prioridade da integração, então não é uma presidência rotineira, é a prioridade concedida pelo governo aos processos de integração, começando pela volta à Comunidade dos Estados Latino-americanos e caribenhos, a realização da cúpula sul-americana e agora o Mercosul, fundamental para o desenvolvimento dos nossos países”, disse a embaixada.