ECONOMIA

Abras divulga pesquisa que aponta aumento no consumo do brasileiro

Autarquia também está preocupada com a ausência de isenção de impostos em produtos da cesta básica no projeto da Reforma Tributária que tramita em Brasília.


A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgou nessa quinta-feira (29), dados que mostram o acumulado de 12 meses (de maio de 2022 até maio de 2023), que registram um aumento de 7,25% do consumo nos lares brasileiros. Conforme o documento da ‘Abras’, entre janeiro e maio deste ano, houve um crescimento no consumo dos brasileiros em 2,33%, o índice foi quase 1/3 do acumulado anual analisado pela instituição.

Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

Conforme o vice-presidente da instituição, Márcio Milan, várias ocorrências motivaram para a elevação do consumo dos brasileiros, entre elas, está a melhoria da empregabilidade da população.

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“De um lado, a gente tem um desemprego menor, do outro lado, a gente tem uma inflação controlada. E uma coisa que a gente percebe que é a previsibilidade que o consumidor passa a ter com relação à transferência de renda do governo (…). Esse consumo também se deu de forma crescente e positiva sob outro aspecto. Primeiro foi as mudanças de marcas, ou seja, o consumidor está procurando marcas alternativas para caber dentro do seu bolso. E outro ponto que a gente percebe também, e acho que foi o grande aprendizado durante esses quase dois anos, foi a pesquisa. Hoje o consumidor está pesquisando mais”, disse Márcio.

No documento apresentado pela autarquia, itens da cesta básica como, o óleo de soja, teve uma redução de 7,11% em maio desse ano. E, nos primeiros cinco meses de 2023, a redução foi de mais de 17%. Na análise anual (2022 a 2023), o impacto é de 28,35% no preço do óleo de soja. Um dos produtos mais importantes no cardápio brasileiro, a carne bovina, também apresentou uma redução nos preços de 0,93% no mês passado. Conforme os dados, entre janeiro e maio desse ano, a redução foi de 4,64% e no acumulado anual, a queda foi de 11,75%.

Outro item importante na mesa dos lares brasileiros, o frango congelado, apresentou também uma redução de 1,80% no mês de maio desse ano. Nos primeiros cinco meses do ano de 2023 o preço do frango teve uma redução de 4,57%, e em 12 meses a redução foi de 4,51%.

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Outros itens da cesta básica do brasileiro, apresentados pelo levantamento da ‘Abras’, destacam a redução dos preços em alguns itens, entretanto uma alta em outros produtos:

Cebola – Caiu 1,30% em maio desse ano – De janeiro até maio de 2023, 41,95%, e no acumulado dos últimos 12 meses, redução de 23,55%. Tomate – Elevação de 6,65% no mês de maio desse ano – e aumento de 6,12% nos primeiros cinco meses desse ano – E alta de 37,28% no acumulado dos últimos 12 meses. Leite longa vida – Subiu 2,37% em maio desse ano – e registrou elevação de 12,18% no acumulado de 2022. Mas, em comparação com maio de 2022, houve uma redução de 3,52%.

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Ovo – teve uma alta no preço de 1,83% – entre janeiro a maio deste ano o aumento foi de 15,11%, e no acumulado dos últimos 12 meses o acréscimo foi de 3,87%. Produtos de limpeza – Desinfetante subiu 1,49% – entre janeiro a maio desse ano o produto teve um acréscimo de 4,36% e, durante o ano, o acumulado foi de 12,90%.

Foto: Reprodução/EPTV

Sobre aos valores da cesta básica, o menor preço registrado em todo o país foi identificado na região Nordeste, com uma média de R$682. Entretanto, o valor da cesta básica mais caro no Brasil, foi registrado na região Sul custando R$ 847 em média. Sobre os valores cobrados em 12 itens alimentícios da cesta básica brasileira, a média ficou em R$322, apresentando uma pequena redução. Entre abril a maio desse ano a queda foi apenas de 0,14%.

Dados divulgados pela Abras, indicam que de janeiro a maio de 2023, foram abertos 232 estabelecimentos comerciais ligados ao setor. 110 comércios foram de novas lojas e 122 foram reinaugurações. Desses empreendimentos foram 60 novos supermercados e 50 atacarejos.

Preocupação com a Reforma Tributária

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) recebeu ‘com surpresa’ no dia 23 de junho desse ano, a proposta de reforma tributária sem a isenção para produtos da cesta básica brasileira. A entidade chamou a atenção para o fato de o texto apresentado na noite de 5ª (22.jun) não ter incluído a isenção de tributos para alimentos básicos.

Conforme a autarquia, a reforma “não poder trazer prejuízos aos consumidores brasileiros, aos quais, serão os mais prejudicados” e que essa medida irá gerar um aumento no preço desses produtos, caso haja um aumento de impostos com o corte das isenções ao setor.

O comunicado foi assinado pelo presidente João Galassi, que indica a necessidade de uma melhor análise no tema apresentado. “Uma necessidade de primeira ordem que precisa ser analisada de forma mais aprofundada nos debates sobre o sistema tributário brasileiro”. A associação afirma que irá fazer uma análise mais profunda na proposta e elaborar sugestões e propor melhorias ao projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.