BR-317 deve ser bloqueada por indígenas no Amazonas, caso DNIT não responda às solicitações de pavimentação

Um grupo de tuxauas das tribos da etnia Apurinã, da região do sul do Amazonas, deram um ultimato para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT envie um representante ao município de Boca do Acre, para participar de reunião oficial que exige a pavimentação da BR-317, sob pena de bloqueio total da rodovia caso não se identifique interesse do órgão em ouvir a população e viabilizar o tráfego na região.

O documento, enviado ao Superintendente Regional do DNIT no Estado do Amazonas, Luciano Moreira de Sousa Filho, afirma que a precariedade da via tem ocasionado muitos acidentes e inviabilizado inclusive o transporte de mercadorias e prejudicando as demais atividades econômicas que dependem desta via para o seu sucesso.

Historicamente, há uma justificativa, por parte das autoridades federais, indicando que o atraso na pavimentação dos trechos citados acontece por conta de possíveis dificuldades impostas pelos próprios indígenas, que seriam contra esta pavimentação. Esta narrativa tem sido negada pelas lideranças Apurinã, que informa que é de interesse de ambas as partes que as obras avancem na rodovia.

“Trata-se de solicitação das lideranças de quatro aldeias do Povo Apurinã, denominadas: Kamapa, Manhé, Chaparral e Vila Nova. Tais aldeias foram diretamente afetadas com a abertura da BR 317, em razão da estrada cruzar os territórios”, diz um trecho do documento, assinado por Riberaldo Miguel de Lima Apurinã, liderança geral da aldeia Kamapa; Raimundo Andrade da Silva Apurinã, liderança geral da aldeia Vila Nova; Geraldo Amazonas de Adrade Apurinã, liderança geral da aldeia Manhé; e Edmilson Araujo da Silva Apurinã, liderança geral da aldeia Chaparral.

A BR-317, possui uma extensão total de pouco mais de 930km, tendo seu início no município de Boca do Acre, no Sul do Amazonas e seu término no município de Assis Brasil, no Estado do Acre.

Até o fechamento desta matéria, o Portal N1 entrou em contato com o DNIT em Manaus, assim como com as lideranças indígenas de Boca do Acre, mas até o momento não houve manifestação oficial sobre o andamento das negociações ou avanço da obra solicitada pelo povo Apurinã.